segunda-feira, junho 06, 2005

aos amigos

Colocado n'a das artes em: Quinta-feira, Abril 28, 2005

No Verão de 2003 criámos este blog para apresentar o espaço A DAS ARTES que viria a abrir as portas no dia 4 de Julho. Desde então, tanto e tão pouco tempo passou...
Voltamos. Não sabemos por quanto tempo, mas estamos cá. Para tudo e para nada, que a vida é tudo e não é nada.
Perdoem-me por partilhar o mail que acabei de enviar aos nossos amigos:

"Aos amigos

A das Artes foi um sonho. De uma vida. De duas vidas. A minha e a da Rafaela. Sozinhos, tentámos construí-lo em Sines. Com trabalho mas, acima de tudo, com muito amor. Também com a amizade de muitos amigos, entre os quais se contam as pessoas a quem envio este mail.
Ao longo dos últimos meses a situação, de difícil, dada a actual conjuntura, passou a dramática, com o agudizar do estado de saúde da Rafaela.
Durante mais de um mês não pude acompanhar a loja. A nossa loja… Durante esse período, quando as portas se abriam, era graças à generosidade de pessoas que, considero, classificar de amigos é bem pouco.
Na última semana as portas estiveram mesmo fechadas. A minha Rafaela, a nossa Rafaela, partiu. Repousa agora no mar e nos nossos corações.
Com o vosso apoio tentarei continuar a construir este sonho. Porque a Rafaela continua em todo o lado. Atrás do balcão, a arrumar os livros. De sorriso aberto, na mesinha junto à porta, a oferecer um café ou um chá aos clientes, enquanto se entusiasma com as conversas sobre livros, dança, cinema (porque eu sou uma cinéfila!), sobre tudo e sobre nada.
A Rafaela partiu, mas o seu espírito continua. Espero, também, continuar com a vossa amizade.
Obrigado pela compreensão e desculpem o desabafo.

Joaquim"

Posted by: a das artes / 4/28/2005 06:38:00 PM

Comentários:

Recordo a primeira vez que entrei nesse espaço, agora longe. É belíssimo.

# posted by kanuthya : 12:59 PM

Para ti Joaquim, mas também para os que amaram e perderam!

«Há grandeza no sofrimento. Sofrer é respeitar o tamanho que teve um amor. No meio dos remoinhos de erres que nos revolve as entranhas - da raiva, do ressentimento, do rancor - temos de encontrar a raiz daquela paixão, a razão original daquele amor.
Como é que se pode esquecer o que só se consegue lembrar?
Aí, está o sofrimento maior de todos. O luto verdadeiro. Aí, está a maior das felicidades»

(excerto de um texto do M.E.C.)

# posted by Maria Palma : 3:31 PM

Dirte-ei isto pessoalmente, mas como na tua mensagem o referiste, quando olhar o mar podes ter a certeza que me lembrarei do pouco que conheci a Rafaela. Ficou contudo uma lembrança, o de uma pessoa calma, simpática e que me recebeu sempre de braços abertos. Depois falamos...Um abraço.

# posted by NunoRocha : 9:30 PM

Anjo Azul (poema para Rafaela)

Um dia conheci um anjo.
É errado o que se diz dos anjos. Que não têm sexo.
O anjo que eu conheci era uma menina…mulher!
Era uma menina porque era muito linda. Linda… como ela sabia dizer. Linda…!
E este anjo tinha um príncipe. Lindo…
E os dois são das coisas mais lindas que conheci e conheço.
Um dia, o anjo voou. Abriu as suas lindas asas e voou. Voou para dentro do coração do seu príncipe, onde está bem guardadinha. E dorme todos os dias o sono dos anjos… no mar. No mar que ela gostava. O anjo que eu conheci era azul. E doce como o mel. Era um anjo BlueMel.

JPS

(dedico este poema ao príncipe desta estória, ao meu amigo Joaquim. Jovem Joaquim, como gosto de o chamar)

# posted by JPS : 1:38 AM

Para a Rafaela

As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços.

(Sophia de M. B. Andresen)

# posted by Carolina : 9:49 AM

Os sonhos são eternos quando concretizados com amor.
Mais importante do que o tempo é o abraço da vida partilhada cujo encanto e perfume ele não apaga.
Também me recordo da 1.ª vez que toquei no vosso sonho com os meus amigos Rui e Graça: ultimavam os preprarativos para a abertura, acolheram-nos como sempre o fariam, "vigiando-nos" discretamente, com preocupação de anfitriões que ainda não tinham a mesa posta, enquanto o Rui Duarte se ocupava do sistema informático...

# posted by Aurora : 6:38 AM

Os livros sempre foram base para a amizade. Com os livros vem a partilha dos pensamentos, dos sonhos, de um olhar particular. As livrarias são lugares de magia doce onde o silêncio está vivo e tem asas. Mas para além do poder dos livros, a A das Artes em Sines é para mim um lugar ainda mais especial. Fui aos poucos sabendo porquê: um amor maior esteve na base da sua criação. Para reforçar as minhas palavras, deixo aqui um poema de Herberto Helder que dedico não só à Rafaela e ao Joaquim, mas a todos os que partilham a amizade nesse lugar.

MJBotelho

AOS AMIGOS

Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados,
fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
- Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.

-Herberto Helder-

# posted by MJB : 9:15 AM

Diante do meu amigo não preciso de me desculpar, não preciso de me defender, não preciso de provar nada. Junto dele encontro a paz. A de St. Ex.

# posted by AAbrantes : 6:19 PM

Aos meus amigos Joaquim e Rafaela. A minha sorte é invejável. Vivi e dei-me totalmente aos meus amigos. Obrigado! Pasternak

# posted by AAbrantes : 6:21 PM

4 Comments:

At 18 abril, 2006 16:27, Blogger Carolina said...

Quem está no MAR nunca pode ser esquecido, pelos Amigos!
Está na brisa, nas ondas, nos barcos que vão e vêm, nas gaivotas que volteiam, nos livros que vamos lendo...por aqui, por ali...nas florinhas do campo...

 
At 25 maio, 2006 14:53, Blogger Espuma said...

O mar nunca parte vai-se expandindo.

 
At 25 maio, 2006 15:00, Blogger Espuma said...

O mar nunca parte, vai-se expandindo

 
At 25 maio, 2006 15:02, Blogger Espuma said...

O mar nunca parte vai-se, expandindo

 

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